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Gente que Pedala #36 - Marcella Olinto


Um excelente depoimento da biker Marcella Olinto que curte muito estar pedalando, trabalha nesta área e sempre vê motivos para pedalar ao invés de arrumar desculpas! Não tem problema com chuva, frio ou com a falta de segurança do trânsito. É uma biker persistente, corajosa e que busca incentivar outras pessoas a descobrirem o prazer de pedalar! :)

Depois que descobriu o Cicloturismo, a Marcella conheceu e ainda está em busca de novos horizontes cicloviajando! :)

Espero que curtam este depoimento Show de Bike!

No caminho entre Rancho Queimado e Leoberto Leal
trabalho com o Caminhos do Sertão
A bicicleta ocupa um lugar essencial na minha vida. Envolve meu meio de transporte, meu trabalho, viagens, lazer, amizades, atividade física. Não foi do nada, mas hoje não consigo me imaginar sem bicicleta, faz parte da minha personalidade e da minha visão de mundo. 

Pedalar me ensinou a ser mais tolerante, mais persistente e mais envolvida com os mais variados projetos relacionados - alguns chamariam de obsessão, mas quem é apaixonado por isso, entende. Hoje eu vejo mais detalhes, busco mais interação com as pessoas, e luto por uma cidade com menos carros e tudo o que eles produzem: congestionamentos, barulho, sujeiras, acidentes, pressa, insensibilidade.


Com umas das primeiras bicicletas que tive, e que me levava para todos os lugares do bairro que eu morava. A seguinte foi uma Caloi 100 que está com uma amiga até hoje, rodando feliz pela ilha.
Muitas vezes, eu nem culpo os motoristas que não respeitam a faixa de pedestres ou outros veículos na via. Eu também já sofri dentro de um veículo motorizado no trânsito de Floripa e no caminho para outras cidades, e também já fui ignorante no que diz respeito ao trânsito. A gente não consegue enxergar além do nosso umbigo. Isso não quer dizer que lhes dou razão, quer dizer que não espero que eles melhorem de uma hora para outra. E também quer dizer que eu não vou me adaptar às finas ou aos riscos das altas velocidades - a cidade é que tem que se adaptar às pessoas. É por esses motivos que ajo de forma a evitar essas atitudes, posicionando-me para ocupar um terço da pista, uso colete refletivo e luzes à noite, espelho retrovisor, e tem funcionado muito! Tenho conseguido respeito na marra e já nem me esforço. Procuro sinalizar minhas intenções e até mesmo, desacelero para que um carro que esteja esperando atrás da bike ultrapasse mais facilmente (ganho uma buzinadinha simpática em troca).


Bicicletada Floripa
Em 2008, sofri um acidente na rótula da trindade. Errei ao achar que o motorista me veria vindo na preferencial quando eu passasse, mas ele avançou. Tive apenas danos morais e financeiros (uma roda foi pro saco). O acidente só trouxe mais vontade de pedalar, de saber dos meus direitos e deveres como ciclista, e de me tornar cada vez mais ágil na bike. Já tives inúmeros “quase” acidentes depois desse (finas, fechadas, freadas bruscas, imprudências, portas abertas) mas que foram diminuindo com o tempo. 

O mais legal da bicicleta é a camaradagem. Todo mundo aprende e ensina muito, apesar de que, muita vezes, ela é a única coisa em comum que temos. É a forma mais interessante de ganhar segurança e resistência, conhecer novos trajetos e fazer muitos bons amigos. 
PedaLua, com o Caminhos do Sertão, em 2012.

Participar da Bicicletada Floripa, do Duas Rodas MTB Floripa (sinto falta!), do PedaLua, do Bike Anjo (sou voluntária até hoje), do Audax (parei no 200km e não tenho intenção de partir pro próximo, mas a experiência foi incrível!), do Desafio Intermodal, das reuniões e manifestações políticas, fez toda a diferença para que eu pudesse aproveitar tanto a bicicleta como hoje.


Pedalada Noturna
Há uns 2 anos, comprei uma bicicleta melhor, instalei um bagageiro, comprei um par de alforges e uma jaqueta impermeável. Pronto, não havia tempo ruim que me impedisse de sair de casa pedalando. Hoje em dia, eu não penso mais em como vou. Simplesmente separo uma bolsa com as roupas adequadas para o tempo, ponho no alforge, e saio pedalando. Moro na Lagoa, trabalho no Campeche e tenho a maior parte dos meus compromissos na Trindade e no Centro. Isso faz com que eu pedale, no mínimo, 200 km por semana. “Nossa, que loucura, subir o morro da Lagoa pedalando!” Não, estou acostumada. Assim como as pessoas acostumam-se a ficar estressadas no trânsito todos os dias, pagar academia, fazer dieta, e achar a vida um saco. A sensação de conduzir a bicicleta por um caminho difícil e chegar lá é incrível. Depois que passa o cansaço das primeiras vezes, claro. E eu tento incansavelmente explicar isso para todo mundo.


Na Rota da Baleias, em Imbituba, com o meu pai vindo logo atrás
Depois de tanta coisa positiva vindo das pedaladas pela ilha, realmente não achava que pudesse ter mais a ganhar. Foi então que li sobre cicloturismo (existe um famoso cicloturista brasileiro com o mesmo sobrenome que eu, mas não, não somos parentes e ainda não conheço o Antônio Olinto) e comecei a planejar as primeiras viagens. A primeira delas foi uma até Guarda do Embaú, com mais quatro grandes amigos que também nunca tinha viajado de bike! Passamos por momentos de tensão no morro dos cavalos e chegamos mais felizes que crianças logo no meio da tarde, a tempo de aproveitar um banho de mar! Depois de acampar e sofrer com chuva e água entrando na barraca, resolvemos voltar logo no dia seguinte mas, dessa vez, pegamos o barquinho da Praia do Sonho e chegamos láá no finalzinho da Caieira da Barra do Sul. Na volta pra casa, paramos pra comer uma dúzias de ostras na beira da praia, e Floripa nunca pareceu tão linda. Depois disso, os limites ficaram mais distantes e cicloviajar tornou-se um vício e quase um próposito de vida. Chego a sonhar com as longas subidas de terra, que reservam um baita visual para parada para lanche que vem em seguida.


Retorno com o barqueiro Baião na primeira cicloviagem
Viajar de bicicleta é sentir a estrada, os pedregulhos, é sentir muito o vento e a chuva, e mesmo assim seguir pedalando! Seja carregando tudo que precisa no alforge, seja sem peso algum! Esse ano também foi ano das minhas primeiras pedaladas como guia de cicloturismo. Trabalho na Caminhos do Sertão desde então, ora como guia, ora nas funções administrativas.


No segundo dia do trajeto Leoberto Leal - Rancho Queimado.
Subidas e mais subidas.

Em agosto desse ano, resolvi organizar uma Pedalada Noturna, que desde então acontece toda semana, às terças-feiras. Saímos da Trindade, pedalamos cerca de 30km em ritmo tranquilo. Para os iniciantes, é um momento de treinar, aproveitando o embalo do grupo, para os experientes; um momento para andar mais devagar (o que parece fácil, mas não é, e pode cansar também) e todos aproveitam para conversar e curtir a noite pedalando pela cidade.


As bikes na Bicicletada da Lagoa
Eu adoro bicicletas, mas gosto muito mais de pedalar. Pedalar é sentir-se vivo. É sentir-se quente, forte, ágil. Pedalar não tem idade, tem companheirismo. 

Então era isso!

Nos vemos pedalando por aí.

Marcella


Um comentário

  1. É gratificante ler um relato assim, de alguém que não apenas curte a bike, mas faz dela um estilo de vida, uma paixão.
    Parabéns Marcella!

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