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A Dor da Instabilidade

Já ouvi muitos atletas reclamarem sobre dor na coluna vertebral, de característica crônica, desconfortável e que eventualmente gera um bloqueio de movimento. Normalmente relacionada à coluna cervical ou lombar. Uma dor de principal ocorrência ao final do treino de bike, onde o clip parece insuportável ou inalcançável.

Essas dores nem sempre são sinônimos de pouca adaptação à posição aero na bike TT ou falta de treino de musculação.

Você pode estar diante de uma instabilidade segmentar. Disfunção músculo esquelética invisível em exames imagem, de constatação apenas por exame de eletromiografia profunda ou após um bom exame clínico. Pode não possuir como desencadeador uma lesão aguda, como quedas, e atinge grande parte da população com dores nas costas.

No corpo humano podemos encontrar vários tipos de músculos com inúmeras funções, e até mesmo com mais de uma função. Todas as articulações móveis possuem músculos para produzir movimentos em toda a sua amplitude fisiológica e também possui músculos que sua principal função não é a do movimento e sim da estabilização do movimento.

Normalmente são músculos pequenos e desprezados, por seu tamanho e tipo de alavanca, mas, essenciais para a movimentação e preservação do sistema. Neste artigo, vamos abordar apenas o segmento da coluna lombar, cinco das vértebras mais robustas, de grande sobre carga e importância no movimento global do corpo. Apesar da vasta amplitude que se pode chegar ao explorar seu potencial elástico, cada vértebra possui somente e 1 a 2 graus de movimento em extensão e flexão.

Como deve ser percebido, o trabalho do conjunto forma a obra, o movimento. Apesar da pouca amplitude de cada articulação, cada grau é de grande valia na busca do desempenho. E, no recrutamento da amplitude de movimento, somado à produção de potência (pedalada, corrida...), gera-se uma alavanca de sobrecarga articular perigosa. Logo, a preparação dos músculos estabilizadores é de fundamental importância para manter o segmento íntegro.

Existem vários músculos que tem importante função na estabilização deste segmento, dentre eles, os mais importantes (talvez por ordem decrescente na efetividade) são: Multifidus, transverso do abdômen, assoalho pélvico, diafragma, obliquo interno e quadrado lombar. Que formam a conhecida cintura pélvica.

Os estudos dos músculos estabilizadores são conhecidos como “Estabilização Segmentar” no meio acadêmico e possuem publicações sobre sua eficiência em revistas científicas internacionais a mais de 20 anos, porém, parece que no Brasil a importância deste trabalho ainda não ocupa as planilhas de boa parte dos profissionais nas prevenções e/ou recuperações de lesões desportivas. Velha frase, “potencia é nada sem a presença do controle”.

O treinamento deste seleto grupo de músculos no trabalho da estabilização é mais fácil do que pode se imaginar. Por mais absurdo que possa parecer, quanto menor a carga de peso usar e quanto menor a amplitude de movimento, mais eficiente será o treinamento no ganho da funcionabilidade dos estabilizadores. A maneira como estimular esses músculos é que necessita um treinamento mais apurado. Os exercícios isométricos (contração sem mudança de comprimento) no solo são os principais responsáveis pelo preparo funcional do segmento. Treinos isométricos em superfícies instáveis, como disco de equilíbrio e bola-suíça, devem ser administrados na evolução deste protocolo.

O corpo deve ser treinado de dentro para fora, antes de fazer o movimento, o corpo deve aprender a manter integridade.

Saúde, bons treinos.

Hugo Eduardo de Amorim

Contato:
e-mail - ft.hugo@gmail.com
Fone - (48) 9104-3257

Graduado em Fisioterapia pelo Centro Universitário Estácio de Sá CREFITO 177141-F
Formação em Mobilização Neural
Formação em Estabilização Segmentar.
Formação em Kinésio taping e Bandagem Funcional
Formação completa no Conceito Maitland (mobilização articular)
Formação completa em Raciocínio Clínico em Fisioterapia Musculoesquelética

Aluno especial do programa de pós-graduação Mestrado em Fisioterapia - CEFID – UDESC
Membro Associado do Grupo Terapia Manual.
Consultor e colunista Skyhill
Consultor e Bikefiter BikeTech Floripa
Fisioterapeuta colunista da revista Trisport.

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