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Gente que Persiste #5 - Pedalando 1000 km em menos de 72 hrs


O biker Anderson Marçal completou, no mês passado, a prova Audax Floripa 1000 km, após ter completado todas as anteriores (600, 400, 300, 200  e até um desafio 100 km).

Para quem recomeçou ano passado a pedalar, depois de um bom tempo, este resultado é excepcional e fruto de muita Coragem, Determinação e Persistência!

Espero que gostem desta entrevista que foi divulgada pelo ND Online (neste link), onde ele nos conta mais detalhes sobre estas participações!


Ciclista catarinense pedala mil quilômetros em menos de 72 horas


Fonte: ND Online por: Mateus Boing


Em menos de um ano, o corretor de imóveis Anderson Marçal, de 26 anos, mudou os seus hábitos. Trocou as noites regadas a álcool por uma bicicleta e logo começou a notar as diferenças na sua vida. Em tudo. No próprio corpo, no humor, no convívio com a família e os amigos. 
Anderson Marçal - Foto: Débora Klempous

A paixão pelo pedal o tomou de assalto e, em junho, o ciclista de Florianópolis, morador de Biguaçu, disputou o seu primeiro Audax, desafio de regularidade e resistência. Passou com dificuldades pela prova de cem quilômetros, mas tomou gosto pela superação. Em quatro meses fez os 200, 400, 600 e, entre 24 e 27 de outubro, a temida corrida dos mil km com outros 19 loucos por pedal.




Conhecendo SC sobre uma bike

Percurso do Audax Floripa 1000 km
Com apenas cinco horas de descanso entre quinta-feira e domingo, além de muitas paradas para alimentação e hidratação, Marçal praticamente atravessou o Estado (leste x norte x leste), chegando até Guaratuba, divisa entre Paraná e Santa Catarina, e voltou, passando por mais de 20 cidades. Só dessa competição, o ciclista poderia escrever um livro. “Não imaginava que faria mil quilômetros. Comecei a pedalar no final de 2012, em setembro, quando ganhei a bicicleta de um amigo. Reacendeu uma paixão que era de moleque. Se pegar o tesão da bicicleta, não larga mais. Vicia mesmo”, disse.

Para disputar uma prova do tipo, é preciso, além de disposição, treinamento. Não é para qualquer um. A alimentação (barra de cereal, banana e carboidrato em gel) também é essencial para o corpo não “quebrar”. O que leva um ciclista a participar do Audax, segundo Marçal, é a superação, essa coisa de elevar o corpo ao limite, mas ele não se considera um superatleta. “Tem que evitar o desgaste máximo, que é a falta de água, alimentação. Tem que manter o corpo sempre em equilíbrio. É o principal fator que leva a pensar em desistir. Eu sempre fui kamikaze. Hoje sei que tem que treinar”, declarou.

Dor faz parte, parceria é fundamental

Apesar do Audax 1000 km ter sido o mais longo, Marçal sofreu mais para completar os 600 km. Por conta do trabalho e falta de planejamento, o ciclista largou sem dormir. Na madrugada, voltando para Balneário Camboriú, o sono quase o derrubou durante a pedalada. Para se manter acordado, só na base de muito choro e reza. O apoio do amigo Fábio também foi fundamental para que ele não desistisse da prova.

O sono é também uma preparação para qualquer esporte e para ficar acordado em sã consciência. Na reta de Brusque senti muito sono e dormi três vezes na bicicleta. Meu parceiro me dava muita motivação. Nos trechos maiores dá depressão. Sofri e chorei muito. Foi uma penitência. Rezei durante 25 quilômetros. Tem que ser uma pessoa dedicada e gostar do que está fazendo Nós passamos por desafios na vida que não queremos e aprendemos pela dor. Eu aprendi muito”, afirmou.


Fábio Peres (e) e Anderson Marçal (D)
Café da manhã durante o Audax 1000 km
Se a superação é o combustível para que Marçal dispute essas provas, fazer novas amizades é o grande prêmio, além da medalha do Audax. Nas últimas provas e nos pedais durante a semana, o ciclista tem a companhia de Fábio Peres, 34. Sem um parceiro, dificilmente eles completariam o desafio. As dificuldades pelo caminho mostraram a importância de uma simples palavra de incentivo.


É a tua muleta num momento difícil. Tu convives com essa pessoa ao extremo, em uma situação de sobrevivência, vê ela no limite. No último desafio, o Fábio cansou. Dormimos 30 minutos em um ponto de ônibus e tocamos. Costumo dizer que após os ‘centos’, começa a dar a síndrome da loucura do Audax. A gente começa a berrar, falar sozinho, ao ponto de ter alucinação. O organismo fica muito em alerta. Fomos gritando até a chegada”, contou.


Anderson Marçal  em parceria com Fábio Peres na chegada do Audax 1000 km
Foto:João Henrique Schmitz Martins

Falta respeito

Em uma dessas provas, o ciclista sofreu um acidente. Como tinha muita chuva, ele e outros três atletas seguiram pela pista de rolamento, pelo lado de dentro da faixa, mas um carro passou em alta velocidade “para dar um susto” e o derrubou. Sorte a dele, que não tinha outro motorista por perto, se não poderia não estar vivo para contar a história. Para Marçal, o que falta ainda é as pessoas enxergarem o ciclista como um atleta de ponta. A falta de respeito ainda é grande.

Muitos passavam longe, outros buzinavam, mas teve um cidadão que quis dar um susto na gente, bateu com o retrovisor no meu guidão e não parou para ajudar. Eu caí, rodei em cima da pista. Foi tudo muito rápido, meus amigos pararam na hora, mas não era o meu momento. Tem gente que xinga, para e discute, corta a frente, não dá espaço. Por mais que seja um dia de semana e no horário comercial, sei o que tenho que fazer e sou um ser humano como qualquer outro”, salientou.

Mesmo com o susto, Marçal não diminuiu o ritmo. Pelo contrário, está sonhando com o Audax na França, em 2015. Alguns o chamam de louco, mas ele conta com o apoio da família e quer servir de exemplo para que as pessoas pratiquem atividade física. “Quero ser um profissional do ciclismo, pretendo me federar em 2014. Quero entrar de cabeça. Fiz todas as provas de longa duração, exceto a de 1200 km, na França. Já tenho um parceiro de 67 anos que vai. É uma máquina de ferro. Quero mostrar que todos podem”, concluiu.

Para ver mais fotos sobre o Audax Floripa 1000 km, clique aqui.

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