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Crateras, lixo e desrespeito: como estão as ciclovias do norte da Ilha

Reportagem percorreu de bicicleta do centrinho dos Ingleses até Ponta das Canas, passando por Canasvieiras, e encontrou diversos problemas

Autor: Marcus Bruno (marcus.bruno@somosnsc.com.br)


Olha essa cratera na ciclofaixa da Luis Boiteux Piazza, na Cachoeira do Bom Jesus
Foto: Marcus Bruno / Hora de Santa Catarina

Fontes:
clic.sc/cicloviasnortedailha (reportagem)
Hora de Santa Catarina (vídeo)

Atenção redobrada com as armadilhas e paciência com a falta de respeito. Essa é a orientação para quem quer ou precisa se aventurar pelas ciclovias do norte da Ilha, em Florianópolis. Do centrinho dos Ingleses até Ponta das Canas, passando por Canasvieiras e Cachoeira do Bom Jesus, são 17 quilômetros. A reportagem percorreu esse trajeto no último domingo (29) e encontrou crateras gigantescas, lixo, muitos pedestres, postes no meio do caminho e - o mais perigoso - trechos de rodovia sem ciclovia ou sequer acostamento.

O norte da Ilha é uma região de vida própria em que grande parte das pessoas mora e trabalha perto. As ciclovias poderiam ser uma boa alternativa de locomoção, tanto para fugir do trânsito caótico como para a própria saúde. No entanto, o retrato exposto acima desestimula. Caso do programador de TI Paulo Zanon, de 38 anos, morador de Canasvieiras e que trabalha no Sapiens Parque, também no norte da Ilha.

— Eu parei de pedalar por ali porque fico muito preocupado com o trânsito. Colegas meus também já desistiram. Além do perigo de não ter acostamento, é difícil pelos buracos e pelo mato.

Confira o vídeo:



Ingleses - Tican

É impossível imprimir uma velocidade alta na ciclovia da Rodovia Armando Calil Bulos (SC-403), nos Ingleses, devido à quantidade de pedestres que usa a via como calçada. Além disso, há buracos enormes, postes no meio do caminho e até comerciantes usando aquele espaço como depósito de lixo. Chegando próximo ao elevado da Vargem Grande, são muitos trechos com o piso quebrado.

— Está tudo estourado. Às vezes eu saio da ciclovia e pego a estrada porque tem trechos que simplesmente não dá pra passar — afirma Antônio de Souza, 55 anos, morador do Rio Vermelho e que usa a bike diariamente para trabalhar.

Logo em seguida, a ciclovia some e, para não disputar espaço com os carros na movimentadíssima SC-403, o melhor é subir o morro pela calçada, e aí tem que passar de bike pelas paradas de ônibus.

Comerciantes dispensam o lixo no caminho dos ciclistas
Foto: Marcus Bruno / Hora de Santa Catarina

Canasvieiras - Ponta das Canas

A ciclofaixa da SC-401 do Tican até o centrinho de Canas está em boas condições, com asfalto bom e tachões sinalizados. Da mesma forma estão os 700 metros da ciclofaixa da Avenida das Nações. No entanto, logo no começo da Avenida Boiteux Piazza, a ciclovia vira mato.
Nesse trecho, os carros passam muito rápido. E sem acostamento, o risco de acidente é alto. A ciclovia só volta a aparecer quatro quilômetros depois, em Ponta das Canas, ou seja: a Cachoeira do Bom Jesus inteira é desassistida de malha cicloviária.

Já em Ponta das Canas, chama atenção uma cratera aberta pela Casan com mais de um metro de profundidade e que toma toda a extensão da ciclofaixa. Segundo a companhia, trata-se do conserto de um vazamento, e já nesta segunda-feira (30), depois que a reportagem entrou em contato, operários providenciariam a camada asfáltica.

O auxiliar de cozinha e morador dos Ingleses Glauber Costa, de 27 anos, faz todo dia o trajeto até Ponta das Canas para trabalhar. Ele lista, além dos problemas estruturais, o desrespeito dos turistas com os ciclistas do norte da Ilha e torce para o pior não acontecer.

— Eu ainda não sofri nenhum acidente porque estou sempre ligado. Mas, possivelmente, se nada for feito, um dia acontece.

Pedestres utilizando a ciclovia como calçada no centrinho dos Ingleses
Foto: Marcus Bruno / Hora de Santa Catarina

O que dizem as autoridades

A construção da ciclovia da SC-403 foi de responsabilidade da Secretaria de Infraestrutura de SC. O engenheiro Ivan Amaral foi o fiscal do empreendimento. Ele explica que a pasta não conseguiu as desapropriações necessárias para alargar a ciclovia, nem liberações ambientais, nos casos em que ela é descontinuada. Sobre os pedestres, pontua que é um espaço com muito comércio e turistas e que fica impossível não fazer o uso compartilhado.

— Não ficou a ciclovia que planejamos, mas foi o melhor que a gente conseguiu — assume.

Já a conservação da ciclovia é de competência do Deinfra. Conforme o departamento, está programado para 7 de novembro um amplo serviço supervisionado por um diretor de obras. Antes, um engenheiro irá ao local para ver onde os estragos são maiores.

 A Secretaria de de Infraestrutura de Florianópolis, responsável pela ciclovia da Avenida Luiz Boiteux Piazza, informa que "o Instituto de Planejamento de Florianópolis (IPUF) solicitou, há cerca de um mês, que o Sapiens Parque reapresente o projeto para que seja dada continuidade à ciclofaixa existente no trecho da via (entre o trevo da Praia Brava e a Rua Deputado Otacílio Costa, numa extensão de 4.247,28 km), de modo que toda a área do parque, que vai da Rua Deputado Otacílio Costa até o trevo de Canasvieiras, também venha a dispor desta solução cicloviária. Assim, será possível conexão à SC-403, que já apresenta ciclofaixa". 

Ciclovia da Avenida Luiz Boiteux Piazza some e só vai voltar 4 km depois
Foto: Marcus Bruno / Hora de Santa Catarina
Poste toma quase metade da ciclovia da SC-403, nos Ingleses
Foto: Marcus Bruno / Hora de Santa Catarina
Cratera aberta pela Casan
Foto: Marcus Bruno / Hora de Santa Catarina

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