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Gente que Pedala #7 - Priscila da Silva Schroeder Fernandez



O depoimento desta semana é da biker Priscila. Ela é muito querida por todos e pedala há um bom tempo por um grupo de bikers bem tradicional.

A história da Priscila é bem interessante: após abandonar sua bike, voltou a pedalar e mudou seus paradigmas.

Espero que curtam mais uma história Show de Bike!

CicloAbraços, Biker


Pedalando no Caminho de Santiago
EU ACREDITO EM AMOR À SEGUNDA VISTA…..

Por Priscila da Silva Schroeder Fernandez


Ela quase sempre esteve presente na minha vida, mas se algum dia alguém me dissesse o que a bicicleta significaria para mim nos dias de hoje eu provavelmente não acreditaria.

As brincadeiras de infância de 30 anos atrás, quase todas brincadas na rua, nos bairros, com os amigos, livre dos perigos atuais, eram pião, taco, queimada, pipa e ela, a bicicleta. Minha infância não foi diferente, no Balneário do Estreito,  minha Ceci violeta (parecida com a bike ao lado e eu até dei de cara em um muro de salpico como esse que a bike esta encostada, ralei o queixo inteiro... :) era minha grande companheira, me levava à casa das amigas, ao Clube 6 de Janeiro, à Pracinha do Balneário (que até tinha uma pistinha com túnel e tudo...), feira, padaria, venda, em todos os lugares ela me levava. Mais tarde, eu e minha bike desfilávamos pelo balneário de Canasvieiras, na época muito menos movimentado do que nos dias de hoje, tínhamos um grupo de amigas que saiam de bike para dar uma “banda”.

Com o tempo, os interesses mudaram, as programações eram outras, novas amizades e deixei minha bike de lado. Não pensei mais em pedalar, não fazia parte da minha rotina e na realidade nem saberia dizer o paradeiro da minha Ceci. Mas foi através de um convite, um convite abençoado que voltei a pedalar. Meu irmão pedalava no Grupo Duas Rodas e em algumas oportunidades havia me comentado dos passeios que faziam, o que para mim soava muito estranho, pedalar a noite, vários quilômetros, com vento, chuva, frio!!!! Os valores dos equipamentos, usar capacete, luva, bermuda especial???? Tudo parecia muito distante da minha realidade!!

Mas certo dia em uma conversa com o Alexandre Souza, organizador do Grupo Duas Rodas, como bom incentivador e divulgador do esporte, surgiu um convite para participar de um pedal. Inicialmente fiquei com medo, achei que não era para mim, mas apos três gestações seguidas, nove quilos a mais e pouco ânimo para fazer academia, pedalar veio como uma possível solução para meus problemas.

Comprar a minha primeira bike foi uma saga. Para um iniciante, que desconhece o “mundo da bike”, falar de peso, geometria, amortecedor, componentes, tipo de freio, selim é praticamente um idioma de outro planeta. Mas sobrevivi, comprei a magrela, capacete, farol, pisca, luva, bermuda, bolsinha, câmara e ate caramanhola (que eu conhecia como squeeze), foi meu presente de Natal, dia 16 de Dezembro de 2007. Segundo passo seria aprender a trocar as marchas, a minha Ceci não tinha marcha!!!!

Após dois treinos sozinha de 5 km cada, me senti apta a participar de um pedal com o Duas Rodas. Ledo engano, o pedal até o Aeroporto Hercílio Luz com 37 km quase me matou, achei que não conseguiria sair da bike e caminhar 1 metro. Ao chegar em casa, levei 15 minutos para subir os 17 degraus que levam até meu quarto, fiz massagem com arnica e dormi com as pernas para cima.

No dia seguinte, algo aconteceu, estava doída, estava cansada, mas sobretudo estava feliz, muito feliz. Sentia a endorfina circular, me enchendo de satisfação e me trazendo uma sensação de vitoria, de objetivo alcançado. Naquele dia eu percebi que não seria algo passageiro, a bike tinha voltado, desta vez, para ficar.

Pedalando na Serra Gaúcha
Com o tempo aprendi que pedalar tem o incrível poder de flexibilizar limites e quebrar paradigmas. De repente percebi que pedalar debaixo de chuva e frio da Serra Gaúcha até a Serra Catarinense, não era tão ruim assim, que acordar as 6 da manhã em Urupema com temperatura de 5 ° C para pedalar 55 km em morro não era coisa para doido. Percebi que  todas as dificuldades se diluem e se transformam em recordações que jamais serão esquecidas, porque pedalamos entre amigos, exercitamos nossa tolerância  aprendemos a respeitar uns aos outros e fortalecemos nossa amizade.

Durante todo este tempo, tive a oportunidade de fazer coisas que jamais sonhei serem possíveis. Participei de 3 AUDAX (de 200 Km cada um), fiz cicloviagens por Santa Catarina e Rio Grande do Sul, já pedalei muitos e muitos quilômetros em nossos encontros semanais,  mas sem sombra de dúvida fazer o Caminho de Santiago de Compostela de bicicleta com um grupo de amigos foi uma experiencia que me marcou a alma.

Plaza del Obradoiro em Santiago de Compostela
Foram 11 dias de pedal, 745 km percorridos, de leste a oeste da Espanha, passamos por regiões diferentes em termos de geografia, gastronomia, costumes e tradições. Sentimos, o calor escaldante do Monte del Perdon, o frio cortante da descida até Molinaseca,  dormimos em albergues, conhecemos pessoas do mundo inteiro, exercitando a tolerância  o respeito, dividindo a comida, a água  o peso a ser carregado, o vinho, o café da manhã e nossa uma única preocupação era fazer o caminho dia após dia pedalando. Por fim a inexplicável emoção de chegar a Plaza del Obradoiro em Santiago de Compostela.

Pedalo com o grupo Duas Rodas há 5 anos. Após todo esse tempo, as conquistas físicas são aparentes, cheguei ao peso que queria, melhorei minha resistência física, controle do estresse, estou mais forte e mais disposta. Contudo, a grande conquista foi em termos pessoais. Conheci pessoas incríveis  de diferentes credos, tribos, raças, castas sociais, somos todos iguais na nossa “santa quinta feira do pedal”, neste dia nosso objetivo é um só: pedalar.

Agradeço todos os dias a oportunidade de pedalar com esse grupo, agradeço os amigos queridos que me brindam com sua amizade e ao Capitão Souza que não me deixou desistir no primeiro pedal.

Um grande abraço a todos e bons pedais!

14 comentários

  1. É isso aí Priscila, voce é mais uma vencedora. Parabens e em particular pelo Caminho de Santiago, que é um dos meus sonhos. Bola pra frente.

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    1. É isso aí Aldo! A Pri é Vencedora com certeza. Também tenho vontade de conhecer o Caminho de Santiago e, após uma turma daqui da região ter pedalado por vários países da Europa, fiquei com vontade de conhecer aqueles lindos lugares também! :)

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  2. Muito lindo seu depoimento, Priscila!
    valeu como um grande exemplo!
    Abraços
    :)

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  3. Priscila, parabéns! Depois de quanto tempo começaste com o grupo? Pedalo há 30dias mas não consigo acompanhar o grupo. Abraço!

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    1. Olá Unknown! :)
      Já foi no dia do pedal de iniciantes ? No Grupo Duas Rodas, normalmente, é na segunda. Outra opção é ir na quarta feira junto com o Grupo Pedal Continente. Nestes dias, o pessoal vai no ritmo dos iniciantes.

      Também ajuda vc pedalar diariamente, nem que seja uns 10 Km em percurso plano (tipo a Beira Mar Norte). Vc se sentirá mais confiante e preparado para encarar maiores distâncias!

      CicloAbraços!

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    2. Priscila, não sei como apareceu como Unknown, meu nome é Miriam, estou mesmo é sem condicionamento e ainda não tenho domínio das marchas para as subidas. Tu achas interessante as aulas com bike anjos para que eu pegue melhor no pedal? Abraço.

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    3. Oi Miriam, o começo pode parecer difícil, mas com o tempo se adquire condicionamento e as pedaladas se tornam muito prazerosas. Nos pedais de iniciantes, sempre tem um pessoal que pedala a mais tempo e vai te orientar com as marchas, postura, ritmo nas subidas, etc. Fazer alguns pedais sozinha também ajuda, mas 5 km e muuuuuito pouco..... Hehe

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    4. Quando comecei a pedalar, não havia grupos de iniciantes. Tinha um grupo no Continente e o Duas Rodas. Agora, acredito, esta mais fácil iniciar. Tenho ido aos pedais de segunda para iniciantes e a estrutura esta bem bacana. Pelotão coeso, ritmo leve, alguns veteranos dando uma forca quando necessário. Aparece para um pedal desses, você vai conseguir acompanhar!!! Um abraço

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  4. Respostas
    1. Priscila
      ontem conversamos sobre esse depoimento.....
      agora lendo....showwwww
      eu tbem morei no Balneário...de 71 a 95....tbem pedalei na pista da praça do Balneário.....morei na Rua Tobias Barreto....mais perto dos tanques de gasolina da Texaco....
      parabéns......
      admiro muito pessoas com essa determinação....
      beijo

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  5. Oi Marcelo, morei no Balneário de 76 a 90.... Tenho saudades do bairro... E aquela pracinha era o máximo!!! Um abraço e boas pedaladas

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  6. A Priscila é minha ídala!!! Adorei o texto, guria! Beijão! João David

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  7. Amigaaa! Lindo depoimento! Obrigada pela super recepção que vc me fez no meu primeiro pedal! Foi inesquecível!!! Que venham outras aventuras pra curtirmos juntas!!!!

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